Participação
do professor Mauro Iasi no Seminário Identidade de Classe organizado pela UFRJ.
Segundo
o professor Mauro Iasi, a distribuição de renda foi concomitante a uma enorme
concentração de renda nos 12 anos de governo do PT. E apresenta dados. “salário
mínimo, se consideramos o salário mínimo do Dieese, é próximo de 23,9% do valor
que deveria ter. os 10% mais ricos saltaram de 53% para 75,4% da riqueza
nacional”.
Para Iasi aconteceu devido à aliança proposta
e operada pelo governo Lula, que criou as condições para a acumulação de
capitais. “Acreditou no mito que uma vez se dando essa acumulação a própria
riqueza pública como um todo cresce e permite a distribuição de renda. Mas o
capital produz riqueza num polo da sociedade ao mesmo tempo que produz miséria
noutro polo da sociedade”.
E
em sua avaliação esse mito foi o responsável pelo “pacto” firmado pelo PT, que
avaliava a necessidade de um novo contrato social para beneficiar a todos,
grandes capitalistas, trabalhadores, classe média e a população. “A lógica foi
distribuir renda para inserir as pessoas no mercado”
Mas
os programas para agir sobre a desigualdade fracassaram. E a ação focalizou em
atacar a miséria absoluta com os programas típicos de enfrentamento da questão
e cujo resultado foi o benefício maior aos mais ricos. “Pouco dinheiro na mão
de muitos. Tirou-se uma considerável fatia da população que vivia na miséria absoluta.
Para um programa emergencial, seria louvável. Mas essa política dobrou a renda
dos 20% mais pobres e fez que as 15 famílias mais ricas do país tenham mais
riqueza do que as 14 milhões de pessoas beneficiadas pelo bolsa família. E isso
seguiu no mandato Dilma”.
Iasi
sustenta que o resultado da “migalha de distribuição de renda de um lado e a
enorme concentração de outro” não é uma novidade diante do modelo de
desenvolvimento escolhido. E pra resolver só vê como saída, o rompimento com o
capital. “Não há possibilidade de diminuir essas desigualdades, ainda que em
momentos conjunturais elas possam formalmente diminuir a miséria absoluta. Portanto,
a solução é romper com o capitalista no sentido de uma sociabilidade fundada em
outras relações sociais. O que nós queremos mesmo é uma sociedade comunista”.
fonte: jornal do SINTUFRJ.
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